sábado, 20 de março de 2010

A Ponte

Maria atravessou uma longa ponte uma certa manhã de Fevereiro. Nessa manhã fria e cinzenta saía à rua, de rosto erguido, habitavam-na certezas, ainda que meias certezas e ainda em fase de experimentação. Estava certa dos seus passos, do que gostava de fazer naquela manhã, por agora gostava de caminhar. Maria caminhava a partir de então sem paladinos, sem mandatários. Dirigia-se à porta do Mundo e abria-a a cada dia, independemente do tempo que fazia lá fora, abria janelas e despia a cor dos dias sem receios. No fundo de si encontrava sorrisos, mas também desamparos tímidos que agora via... Hoje encontrava e construía também ela tantas pontes quantas as pessoas com que se havia de facto cruzado na grande ponte da manhã fria de Fevereiro.
ACC

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